domingo, 6 de julho de 2014

Tatu-bola: Biólogo entrega 160 mil assinaturas ao ICMBio pela preservação do espécime

Tatu-bola
Depois de produzir artigo científico em conjunto com outros pesquisadores, mostrando incoerência entre a escolha de uma espécie ameaçada, para dar cara ao maior evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo 2014, e a falta de investimento para conservar a espécie, o biólogo Felipe Melo, professor da Universidade Federal de PE, abriu abaixo-assinado para receber apoio da população para o pedido de criação de um parque nacional na Caatinga, dedicado à preservação do Tolypeutes tricinctus, o tatu-bola.
Em menos de um mês, o movimento conseguiu mais de 160 mil assinaturas, entregues quarta (02) ao diretor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Sérgio Brant.
A reportagem é de Aline Leal, publicada pela Agência Brasil.
Para produzir o artigo, o grupo de pesquisadores fez uma expedição à Caatinga e constatou que a caça de tatu ainda faz parte da cultura regional.
A gente chegava nos lugares e perguntava para as crianças quem tinha comido tatu no último ano, e todo mundo levantava a mão”, segundo Felipe Melo. 
Isso, apesar de o tatu ser um reservatório de hanseníase, e comer a carne do bicho, além de poder levá-lo à extinção, ainda traz o risco de contrair a doença, alerta ele.
Segundo o professor, a Caatinga é um ecossistema que só existe no Brasil, e é o mais desprotegido de todo o país.
Além da caça ao tatu, a destruição do bioma – habitat da espécie, juntamente com o Cerrado – também contribui para aumentar a ameaça de extinção da espécie de Fuleco.
Em seu ambiente natural, o tatu-bola tem o papel de movimentar os nutrientes da terra, de controlar a presença de formigas, e ainda são alimento para grandes felinos.
Para Felipe Melo, a principal ferramenta para conservar o tatu é a criação de áreas naturais, protegidas por lei, para a manutenção de espécies e ecossistemas.

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